
Estás tão viciada em seres como és que não consegues ver outras possibilidades?
Tudo aquilo que acreditamos ser verdade, está guardado no nosso subconsciente. É lá que estão guardadas as memórias do que aceitamos como bom ou mau, certo ou errado e que formam programas automáticos que se traduzem em padrões de comportamentos repetitivos.
Aprendemos a ser assim e não questionamos o porquê, continuando a reproduzir os mesmos programas mentais, baseados nos mesmos pensamentos que vão gerar os mesmos sentimentos e dar origem aos mesmos resultados. É um círculo vicioso, até que tu o decidas quebrar.
Mas como quebrar velhas crenças e velhos padrões de agir?
Não é fácil e o processo pode ser doloroso, mas quando chega o momento e tu estás pronta, sabes que é ainda mais doloroso, continuar a fazer o que não te faz bem. Esse é o momento.
A dificuldade está no facto de todo o teu corpo, todo o teu ser estar literalmente viciado na tua velha forma de ser e agir. Foram anos a criar uma identidade baseada no que acreditavas ser verdade, no que aceitavas como certo e pensavas ser a melhor forma de viver a vida.
Ideias aprendidas, muitas herdadas, outras emprestadas. Experiências vividas, traumas não trabalhados. E assim, vamos construindo crenças e criando camadas para nos protegermos de um futuro desconhecido e assustador.
Muitas crenças levaram uma vida inteira a serem construídas, reafirmadas, validadas e não é de ânimo leve que serão derrotadas. O nosso corpo está dependente fisicamente da identidade que criamos para nós mesmos. Cada pensamento tem uma química associada chamada emoção.
O hipotálamo está relacionado com o controlo da secreção de hormonas no nosso organismo, hormonas essas que vão gerar as emoções que sentes. E o comando de todo esse processo é dado pelo pensamento.

Então, o primeiro passo para a mudança é observares os pensamentos que passeiam pela tua mente a cada instante. De onde vêm esses pensamentos? São teus? Identificas-te com eles?
Muitas vezes, esses pensamentos vêm de músicas, vêm de coisas que vemos, que lemos, que ouvimos.
Que tipo de informação tens permitido que chegue até ti?
O que tens procurado ver e ouvir?
Com que tipo de informação tens alimentado a tua mente?
São coisas que te acrescentam, que te ajudam a evoluir?
Que conversas alimentas?
Sobre o que conversas com as outras pessoas?
A mente não sabe a diferença entre uma história e a realidade. Afinal, o que é a realidade se não aquilo que acreditamos ser real?
Então, cada vez que ouves uma música que fala de temas negativos ou que incita a algo que puxa a tua energia para baixo, a tua mente vai absorver aquela informação como real, vais sentir o que ouves e vês e aquilo passa a ser real e uma possibilidade para ti.
O mesmo com as notícias que vês e com o conteúdo que assistes nas redes sociais. Tudo isso é informação que chega à tua mente e molda a tua percepção da realidade e, consequentemente, as escolhas que fazes e aquilo que experiencias.
Sabendo que as nossas escolhas são o resultado daquilo que pensamos e sentimos, faz todo o sentido estar atenta e observar os pensamentos que povoam a nossa mente.
Os pensamentos despertam em nós emoções. As emoções são químicas, não são nada de espiritual. E, por isso, somos tão viciados no nosso modo de ser e é tão difícil mudar.
A situação agrava-se quando nos identificamos com aquilo que nos chega de fora. Ao identificarmo-nos estamos a aceitar essa informação como verdadeira e estamos a dar o nosso consentimento para que faça parte da nossa identidade, isto é, de quem julgamos ser.
Reprogramar a mente significa abrires-te a novas possibilidades, novas formas de ser e viver tudo o que te acontece. Não é rodeares-te de afirmações positivas e sentires o resto do dia que nada daquilo é real para ti.
A tua mente começa a mudar quando começas a fazer escolhas que te fazem sentir bem, que elevam o teu bem-estar, a tua paz interior, a tua autoestima, o teu humor, que te fazem sentir bem e feliz. Escolhas que elevam a tua energia.
Estas escolhas alimentam positivamente a tua mente e isso reflete-se na tua autoimagem, na forma gentil e amorosa como começas a perceber-te a ti mesma e ao mundo. E, ao invés de seres a tua maior crítica, calas o julgador interno e passas a ser uma fiel e encorajadora presença para ti mesma. Deixas de procurar aprovação e apoio externo porque sabes e sentes que dentro de ti existe esse acolhimento incondicional.
Reprogramar requer observação e repetição.
Observa-te. Silencia tudo o que é ruidoso e escuta-te com toda a atenção.
Reserva tempo para ti mesma.
Repete diariamente escolhas que te fazem sorrir, que te impulsionam para a frente, que te valorizam e te trazem paz.
Cada dia é feito de escolhas. O que estás a escolher para ti hoje?
Torna o teu diálogo interior numa conversa positiva, de incentivo.
Apaixona-te por ti e dá a ti mesma tudo aquilo que te alegra.
Cuida de ti em todos os aspetos.
Só tu tens a capacidade de te fazeres feliz e isso só depende da forma como escolhes ver as coisas que te acontecem. Valoriza e agradece tudo, desde os mais pequenos detalhes.
A diferença entre a felicidade e a depressão está na forma como olhamos para as coisas. Tudo pode ser visto como uma dificuldade ou um degrau para algo maior. Trabalha na tua percepção de ti mesma e do mundo, isso vai trazer leveza para a tua vida.
Assim, terás ensinado a tua mente a funcionar de forma favorável a como te queres sentir. Ter-lhe-ás ensinado que tipo de pensamentos deve processar para que te sintas bem, libertando-te de padrões repetitivos que te conduziam a estados que drenavam a tua energia, te faziam sentir deprimida e conduziam sempre aos mesmos resultados insatisfatórios.
A chave de tudo é o autoconhecimento, pois só quando te conheces e te sentes, sabes o que verdadeiramente te faz feliz e é para ti. E quando isso acontece, não aceitas nada menos do que aquilo que sabes que mereces. A isso chama-se amor-próprio. Trabalha nesse amor por ti mesma.
Nutre-te com tudo aquilo que sentes no teu coração que é para ti, para a tua evolução.
Se precisares de mim, eu estou aqui.
contacto@eu-primordial.pt